novembro 21, 2014
QuEriDo aMoR...
Quisera eu que a outra carta tivesse lhe alcançado antes desta. Mas não se preocupe, pois este registro não expressará menos apreço ou ternura.
Havia já um bom tempo que não vivia algo tão simples e venturado ao mesmo instante. Cada momento ao seu lado foi verdadeiro e revigorante, cada desejo externado de um futuro em comum, tenho em meu íntimo que não fora solitário. Por você, sempre fui preenchido, se não só, por momentos e sentimentos bons e desejos de felicidade. Outros nefastos, por menores, nunca embeberam meu coração ao ponto de transmutar o que de melhor me cativastes.
Tentei tornar-lhe sereno e doce o ato de amadurecer. Porém, deixei de ser a tua realidade quando voltaste a sonhar, ainda que inconscientemente, breve passarei a não mais que uma lembrança. A confluência de acontecimentos que ocorreram num determinado momento, avolumada de experiências anteriores, permitiram-me deslumbrar as coisas que estavam além de nossa vaga percepção.
Eu te perdi, perdi a chance de ser aquele que você procurava. Tão como soube que tudo começou naquele abraço cheio de ternura, naquela noite, naquela estação, agora sei, que nesse abraço apertado, nessa manhã, nesse quarto escuro, por fim é o fim.
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