Um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo estará negro. Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não há alguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo, ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar.
Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem no chão, você vai lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você, e só vão ter algumas músicas repetindo no seu rádio: as nossas!
Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter nosso mundinho delicioso de novo, o nome disso é SAUDADE, aquilo que eu tinha tanto e falava sempre. E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será o mesmo, ou até eu nem queira mais te atender.
E se você bater na minha porta ela estará muito trancada, e se aberta, mostrará uma casa vazia. Teus olhos te ensinarão o que é LÁGRIMAS, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjôo que você vai sentir é ARREPENDIMENTO, e a falta de fome que virá chama-se TRISTEZA. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com meus olhos encantados, você encontrará a famosa SOLIDÃO, a partir daí o que acontecerá, chama-se SURPRESA. E provavelmente o remédio para todas essas sensações acima…
É o tal TEMPO em que você tanto falava!
Nenhum comentário:
Postar um comentário